25 anos, sem lugar no mundo. Excluída e mortificada. Sem jeito. Explorada e enganada. Sem nunca chegar a nada. Cansada. Dor de cabeça latejando nas entranhas. Associação livre da burrice com a covardia. Criancinha pequena e isolada, coitada. Quero matar você. Como seria só eu no mundo? Seria engraçado. Que raiva, que ódio. Que covardia. Você se colocou nisso, não é mesmo? Como vai sair disso se não for você mesma a se enxotar daí? Cadê seu quarto? Cadê sua cama? Não tem. Não existe. Você não existe. O que você é hoje é só um monte de expectativas dos outros. E agora? O que você vai fazer com isso? Vai enterrar ainda mais fundo pra fazer de conta que está tudo bem pra depois vomitar aquela raiva de qualquer jeito no mundo? Você é uma criança sem sentido. Sua vida não tem sentido. Você achou que ia salvar o mundo dele mesmo, que iriam cantar canções sobre você, que te beijariam os pés por tamanha bondade e caridade. Mas você é só um monte de bosta que não serve pra nada. Você é só um monte de porcaria na esquina da rua esperando pelo lixeiro passar e te transformar em algo mais inútil ainda. Você é uma bela de uma porcaria.